7.9.11

Património Intangível - repensar as relações passado/presente

“Tornar mais operativa a noção de PCI implica desafiar a sua narrativa dominante reconceptualizando-a como algo em constante negociação, através do que manterá um carácter dinâmico e não de mera celebração da sobrevivência do passado e terá mais possibilidades de corporizar um modelo de “conservação emic” sustentado pela respectiva comunidade de praticantes. Um tal posicionamento passa pela aceitação de que têm de ser repensadas as relações entre o passado e o presente.”
Alice Duarte O DESAFIO DE NÃO FICARMOS PELA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL Actas do I Seminário de Investigação em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola, Volume 1 2009, pp. 41-61
Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/37378061/1º-Seminario-de-Investigacao-em-Museologia-dos-Paises-de-Lingua-Portuguesa-e-Espanhola-vol-1



22.8.11

Para que serve a poesia...




"Toda a habitação (toda a existência) supõe uma relação com os lugares, quer sejam ocupados, deixados ou atravessados, lembrados ou imaginados, próximos ou longínquos. Razão por que, mais ou menos, toda a poesia é, segundo a expressão de Goethe, poesia de circunstância. Conquanto tome em consideração o que nela há de contingência irredutível ao conceito (e, logo, à linguagem), o poema é a experimentação de um indisponível que outros chamarão de sagrado..."

Jean-Claude Pinson
in "Para que serve a poesia hoje?" p:38

20.8.11

Luz de Lisboa


















 Lisboa

A luz vinha devagar
Através do firmamento...
Vinha e ficava no ar,
Parada por um momento,
A ver a terra passar
No seu térreo movimento.

Depois caía em toalha
Sobre as dobras da cidade;
Caía sobre a mortalha
De ambições e de poalha,
Quase com brutalidade.

O rio, ao lado, corria
A querer fugir do abraço;
Numa vela que se abria,
E onde um sorriso batia,
O mar já era um regaço.

Mas a luz podia mais,
Voava mais do que a vela;
E o Tejo e os areais
Tingiam-se dos sinais
De uma doença amarela.

Ardia em brasa o Castelo,
Tinha febre o casario;
Cada vez mais nosso e belo,
O profeta do Restelo
Punha as sombras num navio...

Nas casas da Mouraria,
Doirada, a prostituição
Era só melancolia;
Só longínqua nostalgia
De amor e navegação.
(...)

Miguel Torga, in “Poesia Completa”

Fotografia tirada no terraço do Hotel Mundial

10.8.11

Participação no 6º CIPED









No âmbito desta investigação, será feita uma comunicação no 6ª Congresso Internacional de Pesquisa em Design, a realizar nos dias 10, 11 e 12 de Outubro na Fundação Calouste Gulbenkian

Título: Design, para a Inteligibilidade e Fruição do Património Intangível
Subtítulo:Design, Lisboa e Poesia

Sumário:
Esta comunicação tem por objectivo apresentar uma investigação que está a ser desenvolvida no âmbito de um doutoramento em design, e na qual se pretende comprovar a importância da disciplina na sociedade contemporânea, designadamente na identificação e preservação do património intangível. Por via da investigação, e do rigor projectual, pretende comprovar-se que a poesia é património intangível da cidade de Lisboa e que o design é determinante no desenvolvimento de conceitos e estratégias que possibilitem e incentivem o diálogo entre os cidadãos e a sua história, evidenciem vivências passadas e presentes, construindo assim, as memórias do futuro. Assegurando, enfim, a identidade local e a diversidade cultural universal, no mundo global em que vivemos. 


4.6.11

Participação na 2ª Conferência "Sharing Cultures"


No âmbito desta investigação, será apresentada uma comunicação à 2ª Conferência Internacional sobre Património Intangível, a qual terá lugar em Tomar de 3 a 6 de Julho.

Título da comunicação:
"Cultura e mediação: o papel do design na preservação do património intangível"
Resumo:
"Partilhar cultura passa por comunicar e difundir o que de mais genuíno e diferenciador cada comunidade possui. A língua constitui-se como património primordial de cada povo, e a literatura como veículo singular de preservação e disseminação, não apenas da língua mas também das idiossincrasias culturais. Em Portugal, a poesia é um meio de comunicação privilegiado com elevados índices de recepção. No caso de Lisboa, a produção poética é extensa e cada rua da cidade encontra-se indelevelmente marcada pelo olhar dos poetas. O design terá um papel determinante enquanto mediador, na construção de estratégias e processos que facultem o acesso a este Património Intangível."
 

13.4.11

Sobre poesia...

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill

27.3.11

Lisboa e poesia



Lisboa e Poesia no facebook










A minha investigação encontra-se na fase de conclusão de entrevistas a peritos, as quais, têm por objectivo a validação das opções efectuadas no que se refere à cidade, à poesia, aos poetas e às estratégias comunicacionais.
Com a conclusão desta fase, iniciar-se-á um novo ciclo de trabalho que será, prioritariamente, direccionado para o projecto de design.
Por razões que se prendem com a conceptualização e estruturação do projecto de design criei a página, no Facebook, que aqui referencio.
Esta página, encontra-se aberta à participação de todos, sem qualquer restrição e pretende aferir interesses, níveis participativos, bem como, sondar vontades por parte dos indivíduos, instituições e comunidades.

Visitem-na, divulguem-na e participem!