14.12.11

Design e Património Intangível


Comunicação/aula realizada na Faculdade de Arquitectura da UTL, no âmbito da unidade curricular "Cultura e Estética Urbana" do curso de Mestrado em Moda, Dezembro 2012.

A comunicação realizada teve por mote a importância do Património Intangível e suas significações na na Cultura e Estética Urbana, assim como a possibilidade de apropriação, reinvenção e reinterpretação deste património pelo design. 




"A verdadeira novidade que perdura é a que toma todos os fios da tradição e os tece novamente num padrão que a tradição seria incapaz de criar”

PESSOA, Fernando. Heróstrato e a busca da identidade.Lisboa: Assírio e Alvim, 2000, p:91


Desenho e colagem de: Rogério Silva

2.12.11

Lisboa, itinerários poéticos e turismo cultural


Novembro de 2011 - Rio de Janeiro 


Comunicação "Lisboa itinerários poéticos e turismo cultural" apresentada ao Seminário Internacional “Espaços culturais e turísticos em países lusófonos”, no âmbito de
Pós-Graduação em Arquitectura da Faculdade de Arquitectura
e Urbanismo da UFRJ (PROARQ), Rio de Janeiro 22 a 25 de Novembro de 2011.














A presente comunicação foi publicada em: ”Espaços Culturais
e Turísticos em Países Lusófonos – Cidades e Turismo. Org Luiz Manoel Gazzaneo. Coleção – PROARQ, UFRJ – FAU. Rio de Janeiro, 2011. p: 100-116. ISBN 978-85-88341-40-1;

Abstract

This communication derives from an investigation that is being developed as part of a PhD in design at the Faculty of Architecture of Lisbon, and in which we consider poetry as Intangible Heritage of Lisbon. In this sense we propose to carry out a reflection about the importance of Intangible Cultural Heritage (PCI) as an element of cultural differentiation as well as the role that it assumes in the uniqueness and spirit of places and the cities and in the identity of citizens. We also analyze the processes and methodologies used in the communication, promotion and consequent preservation of PCI, particularly in the context of design intervention as well as cultural tourism. We will discuss briefly the problems faced by cities in an era of accelerated globalization, in which differentiation and cultural homogeneity are realities to beware. Finally we will identify needs and strategies of cultural tourism in the Portuguese universe and in particular the city of Lisbon

Keywords: Intangible Heritage. Design, City, Cultural Tourism  


17.10.11

Debate sobre Poesia e Património Intangível

Amanhã dia 18 de Outubro, no Centro Nacional de Cultura, pelas 18:30, debate com José Jorge Letria, Luísa Costa e moderação de Maria Calado.

Programação do CNC em:
http://issuu.com/centro_nacional_de_cultura/docs/descobertas_out_2011_af_net/1

11.9.11

Lisboa e poesia



















"São inúmeros os factores que podem influenciar a prática de poetizar os lugares e a cidade, poderão derivar da beleza de Lisboa, da sua luz única que ilumina o casario e se espraia pelas colinas enfatizando o colorido do casario, da proximidade do Tejo grande porta da cidade lugar de partida e chegada, associado a perda e tristeza mas também à esperança de um retorno, sentimento de grande melancolia que a palavra saudade tão bem reflecte, e que Cesário Verde desvela no seu poema “O Sentimento dum Ocidental”. Mas também, inevitavelmente, a profusão de inúmeras camadas históricas e sucessivos passados que estabelecem um diálogo permanente com o presente e que podemos vislumbrar de qualquer ponto mais elevado da cidade, ou experienciar ao percorrer as ruas, as calçadas, os becos e praças que lhe emprestam singularidade e compaginam a cidade numa linguagem por vezes intrincada mas diversificada e constituída por memórias, histórias e imagens."

Maria Luísa Costa. Culture and Mediation: the role of design in preserving the intangible heritage. Sharing Cultures 2011- Proceedings of the 2nd International Conference on Intanglible Heritage. Tomar: Ed Green Lines Institute 2011. p:51

7.9.11

Património Intangível - repensar as relações passado/presente

“Tornar mais operativa a noção de PCI implica desafiar a sua narrativa dominante reconceptualizando-a como algo em constante negociação, através do que manterá um carácter dinâmico e não de mera celebração da sobrevivência do passado e terá mais possibilidades de corporizar um modelo de “conservação emic” sustentado pela respectiva comunidade de praticantes. Um tal posicionamento passa pela aceitação de que têm de ser repensadas as relações entre o passado e o presente.”
Alice Duarte O DESAFIO DE NÃO FICARMOS PELA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL Actas do I Seminário de Investigação em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola, Volume 1 2009, pp. 41-61
Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/37378061/1º-Seminario-de-Investigacao-em-Museologia-dos-Paises-de-Lingua-Portuguesa-e-Espanhola-vol-1



22.8.11

Para que serve a poesia...




"Toda a habitação (toda a existência) supõe uma relação com os lugares, quer sejam ocupados, deixados ou atravessados, lembrados ou imaginados, próximos ou longínquos. Razão por que, mais ou menos, toda a poesia é, segundo a expressão de Goethe, poesia de circunstância. Conquanto tome em consideração o que nela há de contingência irredutível ao conceito (e, logo, à linguagem), o poema é a experimentação de um indisponível que outros chamarão de sagrado..."

Jean-Claude Pinson
in "Para que serve a poesia hoje?" p:38

20.8.11

Luz de Lisboa


















 Lisboa

A luz vinha devagar
Através do firmamento...
Vinha e ficava no ar,
Parada por um momento,
A ver a terra passar
No seu térreo movimento.

Depois caía em toalha
Sobre as dobras da cidade;
Caía sobre a mortalha
De ambições e de poalha,
Quase com brutalidade.

O rio, ao lado, corria
A querer fugir do abraço;
Numa vela que se abria,
E onde um sorriso batia,
O mar já era um regaço.

Mas a luz podia mais,
Voava mais do que a vela;
E o Tejo e os areais
Tingiam-se dos sinais
De uma doença amarela.

Ardia em brasa o Castelo,
Tinha febre o casario;
Cada vez mais nosso e belo,
O profeta do Restelo
Punha as sombras num navio...

Nas casas da Mouraria,
Doirada, a prostituição
Era só melancolia;
Só longínqua nostalgia
De amor e navegação.
(...)

Miguel Torga, in “Poesia Completa”

Fotografia tirada no terraço do Hotel Mundial