Trazias de Lisboa o que em Lisboa é um apelo do mar: um mais além. Trazias Índias e naufrágios. Fado e Madragoa. E o cheiro a sul que só Lisboa tem. Trazias de Lisboa a velha nau que nos fez e desfez (em Lisboa por fazer). Trazias a saudade e o escravo Jau pedindo por Camões (em Lisboa a morrer). Trazias de Lisboa a nossa vida parada no Rossio: nau partida em Lisboa a partir (Ó glória vã não mais não mais que uma bandeira rota). Trazias de Lisboa uma gaivota. E era manhã. Manuel Alegre, in Obra Poética |
26.1.12
Trazias de Lisboa
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