30.11.12

Design para a diversidade cultural




Como forma de disseminação do conhecimento, saiu hoje na Revista Convergências* nº 10, um artigo no qual se aborda a importância do Património Intangível na diversidade cultural, desenvolvendo-se uma reflexão sobre a importância do Design de Comunicação na sua preservação.

O artigo cujo título é: "Design para a diversidade cultural", pode ser consultado aqui: http://convergencias.esart.ipcb.pt/autor/129

"Revista Convergências - Revista de Investigação e Ensino das Artes" é um espaço de disseminação do conhecimento científico, editada pela Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART). Para mais informações sobre a revista consulte o endereço: http://convergencias.esart.ipcb.pt/main

25.11.12

Dia Nacional da Cultura Científica


Ontem, dia 24 de Novembro, comemorou-se o Dia Nacional da Cultura Científica em homenagem ao homem de ciência Rómulo de Carvalho que, sob o pseudónimo de António Gedeão, nos brindou com  uma extensa obra poética.
Rómulo de Carvalho, nasceu em Lisboa no dia 24 de Novembro de 1906 na Rua do Arco do Limoeiro, hoje designada por Rua Augusto Rosa. 


Fotografia de Luísa Costa






















Os itinerários poéticos desenvolvidos, no âmbito da investigação que este blogue se propõe divulgar, não poderiam deixar de integrar uma obra deste autor, fazendo parte do roteiro da cidade vista do Tejo o poema que seguidamente se transcreve:

Adeus, Lisboa
Vou-me até à Outra Banda 
no barquinho da carreira. 
Faz que anda mas não anda; 
parece de brincadeira. 
Planta-se o homem no leme. 
Tudo ginga, range e treme. 
Bufa o vapor na caldeira. 
Um menino solta um grito; 
assustou-se com o apito 
do barquinho da carreira. 
Todo ancho, tremelica 
como um boneco de corda. 
Nem sei se vai ou se fica. 
Só se vê que tremelica 
e oscila de borda a borda. 

Chapas de sol, coruscantes 
como lâminas de espadas, 
fendem as águas rolantes 
esparrinhando flamejantes 
lantejoulas nacaradas. 
Sob o dourado chuveiro, 
o barquinho terno e mole, 
vai-se afastando, ronceiro, 
na peugada do Sol. 

A cada volta das pás 
moendo as águas vizinhas, 
nos remoinhos que faz, 
nos salpicos que me traz 
e me enchem de camarinhas, 
há fagulhas rutilantes, 
esquírolas de marcassites, 
polimentos de pirites, 
clivagens de diamantes, 

Numa hipnose coletiva, 
como um friso de embruxados, 
ao longe os olhos cravados 
em transe de expectativa, 
todos juntos, na amurada, 
numa sonolência de ópio, 
vemos, na tarde pasmada, 
Lisboa televisada 
num vasto cinemascópio. 
O sol e a água conspiram 
num conluio de beleza, 
de elixires que se evadiram 
de feiticeira represa. 
Fulva, no céu incendido, 
em compostura de pose, 
a cidade é colorido 
cenário de apoteose. 
Há lencinhos agitados 
nos olhos de todos nós, 
engulhos de namorados, 
embargamentos na voz. 
Nesta quermesse do ar, 
neste festival de tons, 
quem se atreve a acreditar 
que os homens não sejam bons? 

Adeus, adeus, ribeirinha 
cidade dos calafates, 
rosicler de água-marinha, 
pedra de muitos quilates. 
Iça as velas, marinheiro, 
com destino a Calecu. 
Oh que ventinho rasteiro! 
Que mar tão cheio e tão nu! 
Ó da gávea! Põe-te alerta! 
Tem tento nos areais. 
Cá vou eu à descoberta 
das índias Orientais. 
Não tenho medo de nada, 
receio de coisa nenhuma. 

A vida é leve e arrendada 
como esta réstea de espuma. 
Toda a gente é séria e é boa! 
Não existem homens maus! 
Adeus, Tejo! Adeus Lisboa! 
Adeus, Ribeira das Naus! 
Adeus! Adeus! Adeus! Adeus!

António Gedeão



Fotografia de Luísa Costa

17.11.12

O namoro...


"Entre namorar e amar, está o reflectir"
Camilo Castelo Branco

Ainda em avaliação dos resultados da actividade de mediação realizada no CAM, no passado dia 13, parece-me ser de evidenciar o interesse manifestado pelos participantes no desenvolvimento das acções propostas e que certamente os levaram a uma apreensão da obra na sua relação com as outras assim como na sua dimensão material (formal, construtiva) e imaterial (poética e simbólica).

Fotografia de Isaura Rosa








Fotografias de Rogério Silva

9.11.12

CAM, no próximo dia 13 Nov


Namorar o espaço a obra
Este é o mote dado para descobrir “Construção para lugar nenhum”, de Carlos Nogueira.

Neste projecto de mediação, pretende-se que a apreensão da obra resulte da colaboração activa de todos os intervenientes, através de uma resposta ao desafio transversal de provocação dos sentidos e de emoções ao qual se alia o do fazer (desenhar, escrever, riscar, etc).
Esta participação, será estimulada por propostas lançadas num pequeno “caderno de notas”, desenvolvido conceptualmente segundo uma perspectiva  comunicacional de design e estruturado a partir da observação das práticas e técnicas utilizadas pelo autor na concepção das suas obras. Pretende-se que o mesmo convoque dimensões afectivas e sensitivas pela sua dimensão táctil e visual, manifestadas na expressividade dos materiais utilizados, na representação informal dos seus conteúdos, assumindo-se como um objecto de trabalho que requer do participante uma intervenção a fim de ser finalizado.
A performance, prática recorrente no trabalho de Carlos Nogueira, estará também contemplada neste processo de mediação. 
Horários e mais informações disponíveis em:  http://www.culturgest.pt/actual/03-21-enaenp.html

O caderno (work in progress)





18.10.12

Mediação cultural


Encontra-se em desenvolvimento uma acção/intervenção, a realizar no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, com a qual se pretende aferir a importância do Design de comunicação enquanto ferramenta de mediação cultural.

A proposta de mediação terá como foco a obra de Carlos Nogueira «Construção para lugar nenhum»















andava um homem à procura de si
quando reparou que as searas tinham sido incendiadas
o mar se desregulara

e o sol ardia de outra maneira

com as mãos que pôde dedicou-se a juntar pedras
e o que restava
a construir uma casa geométrica com abertura para cima
no sentido ao contrário da paisagem e das casas
que até então conhecera

com a luz que ainda havia
fez-lhe chão

Carlos Nogueira



Esta acção será realizada dia 13 de Novembro de 2012 no CAM, no âmbito da 3ª Edição da Conferência Internacional Em nome das artes ou em nome dos públicos?: Pensando os conceitos de mediação, emancipação e participação dos públicos” organizada pelo Serviço Educativo da Culturgest, em parceria com o Programa Descobrir da Fundação Calouste Gulbenkian.

20.9.12

Leitores das Paisagens Literárias










Para além da participação regular na Comunidade de Leitores das Paisagens Literárias (IELT – Instituto de Estudos de Literatura Tradicional e Fabula Urbis), realizou-se uma apresentação do Projecto de Itinerários Poéticos na sessão de 15 de Setembro  na Livraria Fabula Urbis http://paisagensliterarias.ielt.org/paisagens

17.8.12

Lisboa: O mito é o nada que é tudo


Foi publicado um artigo com o título "Lisboa: O mito é o nada que é tudo",  in AA. VV., "Natureza e cidades: O viver entre águas doces e salgadas" , Ed.: PUC Goiás, 2012, p. 274-286 – ISBN 978-85-7103-795-3 (coord. Prof. Gercinair Silvério Gandara no âmbito do Programa de Post Doutoramento da Universidade Federal de Goiás, Brasil)


Resumo
Lisboa tem um imaginário profundamente ligado ao mar e ao Tejo, facto que se reflecte no olhar que os poetas lhe dedicam, a comprová-lo temos uma extensa produção poética sobre a cidade. A poesia, os mitos e as lendas constituem património intangível, devendo por esta razão ser acautelados e preservados, por via de dinâmicas desenvolvidas no âmbito do design que possibilitem a sua inteligibilidade e fruição. A preservação deste património, assume particular importância numa era de globalização generalizada, como forma de preservação das idiossincrasias locais e da diversidade global.


Palavras-chave
Lisboa, Tejo, poesia, património intangível, design

28.4.12

Dia Mundial do Design de Comunicação


27 de Abril


















Visita ao MUDE com uma turma do 1º ano do Curso de Mestrado de Design de Comunicação

Workshop Communication Design























Participação como oradora convidada no “Workshop, Communication Design" realizado no âmbito da VI edição do Curso de Doutoramento em Design da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa

Neste workshop procedeu-se à apresentação da investigação, com principal enfoque na problemática da globalização, analisando-se o contributo que o design pode ter na preservação da diversidade cultural. 

Numa segunda parte do workshop, e por se estar perante um grupo de observadores privilegiados (designers e investigadores), foi desenvolvido trabalho no sentido de validação do programa conceptual de design, bem como os veículos e meios preconizados para comunicar a poesia enquanto Património Intangível de Lisboa. 

23.3.12

Itinerários Culturais Temáticos





Participação como docente convidada na II edição do “Curso Ciência, Tecnologia e Cidadania”, do Programa de Formação para Seniores da Universidade da Técnica de Lisboa, no âmbito do módulo “História, Arte e Cultura”

Nesta aula abordou-se a temática dos Itinerários Culturais, enquanto elementos dinâmicos da comunicação cultural, por permitirem uma visão plural das particularidades que o integram, sejam de ordem histórica cultural e humana. 

“Um Itinerário Cultural conecta e inter-relaciona a geografia e os bens patrimoniais mais diversos, para formar um todo unitário.”

Carta dos Itinerários Culturais 2008. Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios (Icomos)


16.2.12

Oficina Lisboa nas narrativas


Participação na oficina “Lisboa nas narrativas: olhares do exterior sobre a cidade antiga e contemporânea” (Lisboa, 1 a 8 de Fevereiro de 2012), desenvolvida no âmbito do projecto de investigação “Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental”. Organização: IELT – Instituto de Estudos de Literatura Tradicional, em parceria com o IHC - Instituto de História Contemporânea e a Livraria/Editora Fabula Urbis (Projecto apoiado por Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL, Fundação para a Ciência e Tecnologia, Instituto Francês e EGEAC).

26.1.12

Trazias de Lisboa




Trazias de Lisboa o que em Lisboa
é um apelo do mar: um mais além.
Trazias Índias e naufrágios. Fado e Madragoa.
E o cheiro a sul que só Lisboa tem.

Trazias de Lisboa a velha nau
que nos fez e desfez (em Lisboa por fazer).
Trazias a saudade e o escravo Jau
pedindo por Camões (em Lisboa a morrer).

Trazias de Lisboa a nossa vida
parada no Rossio: nau partida
em Lisboa a partir (Ó glória vã
não mais não mais que uma bandeira rota).

Trazias de Lisboa uma gaivota.
E era manhã.

Manuel Alegre, in Obra Poética